Cleide Rodrigues de Castro
Psicóloga – CRP 0645987
Joel Malaquias Júnior
Fisioterapeuta – CREFITO 67626
Durante muito tempo a Saúde mental foi estigmatizada. Procurar atendimento psicológico ou psiquiátrico era considerado “coisa de louco”, além de todo sofrimento emocional, o diagnóstico carregava impacto negativo, fazendo com que as pessoas não abordassem o tema por medo ou até mesmo por subestimar, como sendo frescura ou chilique as manifestações de sofrimento psíquico, dificultando a avaliação do diagnóstico e a conduta correta de intervenção clínica e medicamentosa.
A campanha Janeiro Branco vem com a proposta de conscientizar a relevância deste assunto e desmistificar esse tema para a sociedade a respeito da importância de falar sobre sentimentos, emoções e estimular a busca por ajuda especializada.
O mês de janeiro foi escolhido para ser início de novo ciclo onde se projetam sonhos, idealizações e a cor representa uma tela em branco com várias possibilidades de serem desenhadas, escritas e projetadas.
Cuidar da Saúde Mental é tão importante quanto a saúde física. Emoções estão presentes em toda nossa existência, desde infância, juventude, idade adulta e velhice. Assim, alegrias, tristezas, angústias, medos e ansiedade fazem parte da vivência humana.
Na Era da tecnologia, somos submetidos a uma série de estímulos advindos das redes sociais que afloram comparações e influências em busca de sucesso, felicidade e prazer, porém há um paradigma entre o mundo real e o mundo virtual, onde se observa que o homem perdeu o essencial e existe uma preocupação em registrar a todo momento, viver felicidade plena, sorrisos, cenário ideal e parecer bem sucedido.
Esse comportamento coletivo denuncia a negação da própria realidade, em busca da utopia que afeta a autoestima quando anseia insistentemente comparar-se a uma ilusão e não viver a própria realidade, mas sim, o sucesso alheio como referência, tendo a sensação de fracasso pessoal e autoestima afetada.
Portanto, nega a si mesmo a beleza simples do momento presente, que muitas vezes nem precisa ser registrado em redes sociais, mas sim na memória e nas lembranças afetivas, nos risos verdadeiros e autênticos, reservar tempo para momentos consigo mesmo, deixar a tecnologia de lado por alguns instantes e entrar em contato com a própria essência e com as pessoas ao redor, encontrar sentido em coisas simples.
A tecnologia deve ser a ferramenta para nosso desenvolvimento, neste sentido as redes sociais contribuíram para o despertar da consciência crítica em relação a relações tóxicas e abusivas, ao discutir comportamentos sociais, afetivos, familiares e conflitos pessoais inerentes a todo Ser Humano. Porém não podemos ser totalmente dependentes dela, não devemos encarar o virtual como o real, ou passaremos a viver uma fantasia, ou realidade incompleta onde não utilizaremos todos nossos 5 sentidos ( visão, audição, olfato, paladar e tato) para captar o mundo ao redor e as reais sensações do presente, bem como nossa intuição.
A importância da autenticidade da vida é sentir e lidar com a realidade mesmo que esta não seja aquilo que sonhamos.
Neste novo ciclo de nossas vidas que se inicia neste ano de 2023, possamos projetar na tela branca de nossa jornada, todas as matizes coloridas de nossas emoções verdadeiras e espontâneas como tristezas, alegrias, lutos e frustrações, poder acolhê-las amorosamente como natural e parte da vida real.